"A gente só se vê duas vezes por semana. É pocco, eu sei. Bem pocco.
Ainda mais q a gente quase não se fala. Eu, desse meu jeito tímido, quase tenho vergonha de te olhar. Você, com aquele sorriso delicioso nos lábios, até tenta puxar assunto, mas acho q nunca passamos das três frases.
Desde o primeiro dia, não tive como não te notar... O seu jeitinho serelepe... o seu sorriso... ah! o seu sorriso... E pensar q eu até falei de você num mail-diarinho q eu mandei pro Rio...

Depois q eu te vi naquela festa... não sei, tudo mudou... Ficou parecendo, sei lá, meio coisa do destino. Mas quanta bobagem! E desde quando eu acredito em destino? Mas eu tive certeza q a gente precisava ter se encontrado naquele lugar...

E lembra da Terça-feira quando a gente se esbarrou no restaurante? Cena patética! Cheguei a derramar o suco! Mas também, quem mandou cair assim de pára-quedas bem na minha frente? Não tava preparado pra receber aquele seu sorriso tão de repente!

Ontem: nosso ápice de intimidade. Você perguntou sobre mim, me contou q fazia Ginástica Acrobática... Tudo isso durante os abdominais! Malditos abdominais! Eu sem saber se fazia o exercício com ainda mais vontade (pra te provar minha enorme virilidade, COF!) ou se parava tudo e sentava no colchonete pra bater um papinho. Até pensei em te chamar pra almoçar, mas você foi embora tão rápido!

E hoje, então? Cheguei no restaurante e nem tava pensando em você... Quando, lá da fila, te vejo sentando numa mesa. Como sempre, desviei o olhar, não quero q você pense q eu tô te vigiando, perseguindo, sei lá! Resolvi q ia fingir q não tinha te visto. Muito mais prático, você tava com seus amigos, eu com os meus... não tinha porq tentar socializar. Quando eu estava passando do seu lado, “Oi, Felipe!” Você fez isso só pra me enlouccecer, né? Precisava fazer tanta questão de falar comigo? E precisa desse sorriso todo? Te dei um “oi” baixinho e saí correndo, quase q literalmente... Meu Deus!!! Como eu fico adolescente na sua presença!
O resto do meu dia foi uma correria só. Mileuma coisas pra fazer. No fim da tarde, pensei em passar em casa pra comer alguma coisa e depois voltar pra fazer o maldito relatório, mas uma amiga me disse q o cardápio da janta no restaurante seria o mesmo q o do almoço. Sei lá, pensei em você na hora! Lembrei de você lá, na mesa, com aquele sorrisão... E, afinal, a comida estava tão gostosa... Porq não jantar aqui mesmo? Quem sabe eu possa até te encontrar? E agora não havia mais “os meus amigos”, se tudo desse certo talvez você também estivesse só...
Mas eu nem estava com fome e ainda faltava uma hora pro restaurante fechar. Talvez fosse melhor eu dar uma lidinha na teoria do maldito relatório antes... Mas, bateu uma ansiedade, alguma coisa me dizia q eu devia ir pro restaurante... Talvez fosse o ... er, destino!
E eu fui. E você não estava lá quando eu cheguei. E eu comi bem lentamente, mais pela minha ausência de fome do que pela minha esperança de que você fosse chegar. Não adiantava de procurar... você não ia chegar mesmo. Bosta de destino! Que tipo de babaca acredita em sensações, em sexto-sentido, blah!
Fui embora, a vida real me espera. E a minha vida real não é você, é o maldito relatório...
Saio do restaurante...
“Oi, Felipe!”
Fiquei completamente chocado. Você, isso mesmo, você!!! Chegando no restaurante assim q eu saí. Como assim? Porq?!? Porq?!? Porq?!? Se eu tivesse feito aquela horinha... a gente tinha chegado junto!!! Ai, meu Deus, porq isso? Esse tal do destino resolveu zoar com a minha cara, só pode! Você, o seu sorriso lindo e o mesmo amigo q te acompanhava no almoço... Por um momento o meu coração parou. Mas você não parou. Foi em direção ao restaurante... com o tal amigo... Se a minha mente fosse um pocco mais rápida nessas horas eu tinha voltado e jantado tudo de novo...
Nossa, q vontade de gritar, de espernear...
Olha só o q você tá fazendo comigo..."

Blargh! Odeio a minha vida! E odeio esse tal de Destino, exista ele ou não.
Ah, e por favor, dá pra devolver o meu dispositivo de maturidade-e-auto-suficiência?

Duas notícias:

Não, eu não morri.
E, mais importante, não, eu não fiquei cego.

Feeling better now, I think...

E ontem o professor de Corrosão surtou!!!
Prova às 2 da tarde, milhões de planos para o resto do dia...
O professor chega, separa a turma em "filinhas de cinco pessoas" e manda todo mundo assinar uns envelopes pardos. Depois de vários autógrafos, ele destribui um envelope lacrado para cada fila e diz:
"A prova está aí dentro. Vocês têm 26 horas para entregar o projeto pronto."

Allow?!? Como assim?!?
Prova em grupo??? Prova pra amanhã???
Onde sou, quem estou? E o resto da minha vida?!?!

Foi uma loccura!!! No princípio foi até divertido. A galera tentou encarar como uma "gincana" e ficou todo mundo se zoando:
"Cheguei na biblioteca primeiro!!!"
"Solta esse livro! Ele é MEU!!!"
Mas a realidade não tardou a se mostrar dramática.
Cada grupo tinha recebido uma substância química específica e precisava "projetar" toda uma indústria. Completamente bizarro e sem-noção!!! Ele pedia fluxogramas, especificações, datasheets... Nem com duas semanas só para isso, a gente ia conseguir realizar tudo o q ele queria! Eu repito: E o resto da minha vida?!?
Aula à noite? Matamos todos...
Sò de teses de mestrado eu li três...

Alguém por acaso tem um Datasheet de um Conversor Radial Quench pra me enviar por e-mail? Ah, antes das 4 da tarde, por favor...

A sorte é q a amiga-mais-desencanada caiu no meu grupo. E foi ela quem acabou tomando a frente do projeto e decidindo o q era importante e o q não era...
O método q ela usou? Muito simples: O q a gente tinha conseguido achar era importante.. O q nâo achamos, não era!

Acabei de vir da sala da professora de Operações Unitárias e ela disse, quase com dó no coração: "Vocês nunca vão conseguir tudo o q ele está pedindo..."
Uma fofa!

Bom, se é assim, entrega esse envelope pardo do jeito q está! E deixa eu ir embora buscar esse locco na rodoviária, antes q eu me atrase...

Felipe, presta bem atenção no que eu vou te dizer: Você não pode ficar doente justo agora!!!

Depois as pessoas não sabem porq o meu trabalho não rende...

Eu acabo de levar mais de uma hora para montar a fórmula da Poly(pyromellitimide) of oxidianiline!!!

Desafio lógico-matemático:
Considerando q a lista q eu preciso desenhar tem mais de 500 polímeros e supondo q esse trabalho deva estar pronto em, digamos, 3 meses, quantas horas de trabalho-diário serão necessários para a realização dessa pequena parte do projeto (incluindo, obviamente, sábado-domingo-e-feriado)?

Por que eu amo meus amigos:

- Porque eles me mandam e-mails, diretamente de Goiânia, só pra dizer q a EPTV tá dando convites grátis pro Hopi Hari...

- Porque eles são capazes de lembrar q hoje faz 3 anos q a gente se conhece...

- Porque eles vão estar mega-cansados de uma viagem-de-trabalho-árduo, mas, mesmo assim, vão enfrentar mais seis horas de viagem pra me visitar...

Para você, q chegou ao meu blog procurando por "jovens interessadas em namoro chamadas Paula"...

Eu ia dizer q você chegou atrasado, mas, em vista dos últimos posts... Não custa tentar, né?

Tem milhões de pessoas gritando, rindo e fazendo-escândulo aqui na salinha dos computadores...
Eu ODEIO isso...
Não dá pra fazer silêncio, bixarada? Pelamor...
5 calouros descontrolados no computador ao lado passando o tempo vendo o Ugly People, ninguém merece...

Gente, tem uma pessoa aqui com um adesivo colado na testa!!!
O q q tá acontecendo com a minha faculdade?!?!

Jura q faz uma semana q eu não escrevo aqui?!?
Se eu disser q nem tinha noção disso alguém acredita?

Mas o q q eu andei fazendo por esses dias, meu Deus?
Deixa eu pensar...
Na quarta à noite tive prova, eu devo ter ficado em função disso...
E na quinta? Ah! Lembrei... assinei o meu contrato (!), abri a conta no banco e passei o dia todinho resolvendo o tal programa para o relatório...

Sexta e Sábado? UPA!!!
hehehe
Piadinha interna... UPA quer dizer Unicamp de Portas Abertas, ou, como eu ouvi por lá, Unicamp de Pernas pro Ar...
É o tipo de coisa q só a Unicamp proporciona... 40 mil estudantes de Segundo Grau, loccos por diversão, soltos pelo Campus. Justificativa ideológica? Conhecer melhor as opções de carreira e ficar menos perdido na hora de preencher o nosso-amigo manual-do-candidato. Realidade? Marketing, meu bem, marketing.... o q a Unicamp faz de melhor...

Mas, acredite, eu achei super divertido! Fui um dos monitores da minha faculdade e passei o dia todo tentando explicar o q significa realmente fazer Engenharia Química na Unicamp... Tive q exercitar toda a minha criatividade para dar novas respostas àquelas perguntas q eu ouço desde o dia em q me assumi pra minha família:
"Mãe, eu quero ser um Engenheiro Químico... Você precisa entender q isso não é uma opção minha... ninguém escolhe o caminho mais difícil por vontade própria... Eu nasci assim!"

Depois de dizer muitos "Não, não é a mesma coisa q Química..." "Sim, o mercado de trabalho está ótimo..." "Difícil? Depende... matemática pra você é um hobbie?", apareceu um cara q protagonizou o momento bizarro do evento... Um senhor gordinho, com certeza já na casa do Enta....
- Me diz uma coisa, você mexe com Química, né?
- Engenharia Química, senhor...
- Ah... tá... então você entende de Química, né?
- É, senhor....
- Densidade, essas coisas...
- Aham...
- Então me diz, se a densidade do ferro é maior q a densidade da água, porq um navio não afunda?

HEIN? Juro q olhei bem pra cara dele, pensando q era mais uma daquelas pegadinhas-piadas-amarelas q pessoas da casa do enta adoram atirar em indefesos-e-educados rapazinhos de pocca-idade (como eu)...
Mas não, não era...
E eu tentei, fazendo muita força pra não demonstrar o meu estado-de-choque, explicar um pocco de hidrodinâmica e forças de empuxo para o tal senhor...
Pelo menos, acho q ele saiu satisfeito...